Multipropriedade em casas de luxo? Entenda como ter o segundo imóvel por meio do regime
Se adquirir o primeiro imóvel é um sonho para a maioria dos brasileiros, conquistar o segundo imóvel também vem ganhando cada vez mais um lugar de destaque nos desejos de uma parte da população.
Esse segundo imóvel, geralmente ganha o título de “casa de férias”, substituindo por exemplo, a necessidade de acomodações em hotéis e garantindo uma estadia segura e fixa para os seus proprietários e convidados, em seus períodos de folgas e descanso.
No fim de 2022 e início deste ano, com a retomada do turismo e das viagens em escala global, pós-pandemia, muitas pessoas voltaram a buscar opções e oportunidades de compra ou aluguel deste segundo imóvel, sobretudo em regiões litorâneas ou do interior, com a maioria das construções tidas como “de veraneio”, o que muitas vezes encarece a parcela do aluguel ou do valor integral da propriedade.
O que muitos brasileiros ainda não sabem, no entanto, é que atualmente existem algumas facilidades para conquistar a segunda casa - mesmo que esta seja considerada um imóvel de luxo. E a principal facilidade, é o regime de multipropriedade, conhecido no mercado hoteleiro por meio da venda de quartos para vários donos, e que agora chega às residências de luxo.
Uma pesquisa feita pela Metropolitan Thames Valley em parceria com a Universidade de Cambridge apontou que o encarecimento das residências está relacionado ao crescimento da demanda por propriedades compartilhadas. O levantamento notou que a modalidade além de ser uma opção de férias passou também a ser considerada em outros cenários. Tanto é que a maioria das pessoas que compram sob propriedade compartilhada está na faixa etária de 20 a 40 anos e as famílias de adultos solteiros representam 50% dos compradores.
Não à toa, a viabilidade do ativo e a demanda dos compradores estão impulsionando o interesse dos financiadores e parcerias público-privadas da Inglaterra, já trabalham com a formalização de regras para tornar a possibilidade do segundo imóvel acessível a mais pessoas, inclusive sendo casas de alto padrão.
De acordo com uma reportagem da Folha, até mesmo construções suntuosas, como mansões, já estão entrando no modelo e apenas uma mansão pode contar com até 8 proprietários, cada um com o direito de até 44 diárias no ano, o que colabora para a manutenção e evita a subutilização do imóvel.
No centro da operação das empresas que passaram a vender frações imobiliárias em casas de luxo, estão as "segundas casas" em praias, montanhas e regiões rurais premium, como Itu, Campinas e Indaiatuba. Em geral, destinos que não demandam viagens aéreas ou programações antecipadas, mas oferecem boas trilhas de viagens e programações interessantes.
Para diversos compradores das frações imobiliárias em imóveis de luxo, a compra acabou por ser uma opção mais vantajosa em custo benefício já que significa um investimento menor na comparação da compra de um imóvel sozinho, sem outros proprietários. Sem contar na comodidade que envolve não se preocupar com despesas e custos como manutenção e limpeza do imóvel.
Uma pesquisa recente da Caio Calfat Real Estate Consulting, empresa que atua desde 1996 no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários e hoteleiros, afirma que o Brasil vive um dos momentos mais aquecidos do mercado para novos investimentos no setor de multipropriedade. Só em 2021, o mercado de multipropriedade cresceu 17,36% em relação a 2020, o que pode ser ainda mais impulsionado pela expansão do setor para as propriedades de luxo.
Já existem projetos de incorporadoras e empreendimentos que atingiram a marca dos R$ 1 BI em vendas, antes da finalização da comercialização, com mais de 10 mil famílias proprietárias e uma estimativa de valorização de 46% ao ano como é o caso do Residence Club na Praia da Lagoinha, em Fortaleza.
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