Sustentabilidade e boas práticas de governança no ramo imobiliário: É possível aderir ao ESG nos empreendimentos de multipropriedade?

Sustentabilidade e boas práticas de governança no ramo imobiliário: É possível aderir ao ESG nos empreendimentos de multipropriedade?

O mercado e a economia vêm passando por uma nova tendência, pautada em pilares sociais, ambientais e de governança (ESG) que estão diretamente relacionados aos processos operacionais, cadeias mercadológicas, bem como aos padrões de consumo.


Com foco na diminuição de impactos negativos, sem deixar de lado a produtividade e rentabilidade, as corporações estão investindo cada vez mais em soluções sistêmicas, não só para a preservação ambiental, como também para ações sociais afirmativas.


Sustentabilidade x  Lucro: Como balancear essa equação e atender os novos perfis de mercado? 



Enquanto os investidores vêm começando a superar o estigma de que lucros e retornos financeiros são o foco principal, e passam a valorizar as métricas ambientais, sociais e de governança, os consumidores 4.0 também começaram a exigir mais esforços para práticas sustentáveis, além de valores e propósitos consolidados que se reflitam nos hábitos e na rotina das empresas.


     No entanto, é quase impossível que a maioria das grandes corporações invista na prática em ações e planejamentos para um futuro sustentável, sem recursos financeiros, incentivos fiscais ou motivos legais. 


          Sendo assim, vai se tornando realidade o desenvolvimento de diferentes abordagens legais e mercadológicas com o intuito de criar soluções a longo prazo que atendam aos novos perfis de mercado e consumo, aliadas aos processos sustentáveis. 


A criação de normas e legislações específicas, por exemplo, são cruciais para impor uma redefinição da mentalidade e comportamento corporativo, e as tendências jurídicas caminham cada vez mais para uma tratativa das métricas ESG como algo a ser feito obrigatoriamente, com punições ou embargos cabíveis em caso de descumprimentos.


Por que o foco em sustentabilidade é urgente?


Dos três pilares ESG, o ‘E’, correspondente ao meio-ambiente ou "environment", é sem dúvida o mais urgente. Estudos preveem que o aquecimento global deve aumentar em 4 graus Celsius, a cada ano, o que terá impactos destrutivos e irreversíveis para o planeta. Consequentemente, os EUA e a União Europeia se comprometeram a reduzir suas emissões de carbono em 50% e 55%, respectivamente, até 2030. 


O Brasil também se comprometeu a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, no Acordo de Paris, firmado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015, em Paris. Tendo passado por algumas atualizações desde então, a nova meta nacional anunciada pelo Governo Federal  é  de reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030.


Globalmente, a meta geral é tornar zero o índice líquido de emissão de gases até 2050, a fim de limitar o aquecimento global e reduzir seus impactos negativos. Portanto, os esforços e as leis tendem a se tornarem mais acentuados nas próximas décadas, de modo que, as penalidades por descumprimento só se tornarão mais severas.


Segundo especialistas, como impulsionador significativo da economia global, o setor imobiliário e hoteleiro não ficará de fora desse novo panorama,  e para alcançar um padrão sustentável satisfatório, uma das etapas mais importantes é garantir a otimização no uso de recursos, remodelando as principais operações no segmento, como por exemplo, explorando investimentos em novos modelos de negócio com foco na economia compartilhada- que traz como um de seus principais diferenciais a sustentabilidade. 


Economia compartilhada e ESG andam lado a lado


As finanças sustentáveis já correspondem a cerca de um terço do mercado global e, segundo especialistas,  vieram para ficar. Investimentos que atendem aos padrões ESG ganharam espaço, tornaram mais sofisticados os modelos de gerenciamento de risco e são peças centrais na construção de valor.


Portanto, os recém-implementados Regulamento de Taxonomia da UE e o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR), na legislação da União Europeia, são indicadores e exemplos claros de que a pasta ESG está rapidamente se tornando obrigatória, deixando de ser apenas uma estratégia desejável no meio corporativo. 



O foco na economia compartilhada representa o principal ponto de aderência às práticas ESG, no caso do setor imobiliário e hoteleiro, principalmente com os empreendimentos de multipropriedade, uma vez que compartilhar é a ideia chave desses investimentos.


 As propriedades compartilhadas são imóveis pertencentes à nova lógica de produção de valores e bens de uso comum, com base em novas formas de organização e na mutualização de espaços e instrumentos, sendo essa lógica o que estudiosos chamam de novos hábitos de consumo sustentável. 


Como as práticas ESG podem ser aplicadas no setor de empreendimentos de multipropriedade?


Os novos empreendimentos em regime de condomínio multipropriedade e o time-sharing são imóveis que têm o seu tempo de uso pré-determinado, por um contrato prévio entre as partes, que são geralmente a partir de dois a mais proprietários. 


Enquanto o modelo de Multipropriedade é um investimento fixo e vitalício, o Time Sharing ou TimeShare funciona mais como uma prestação de serviço com foco principal no turismo imobiliário, em que é vendido o direito de uso de uma propriedade, como por exemplo, hotéis, casas de veraneio e resorts.


Sendo assim, vale ressaltar que a propriedade compartilhada contribui para a redução dos impactos negativos socioeconômicos e ao meio ambiente, por possuir travas em relação ao hiperconsumo e ao desperdício, sendo um bem durável, acessível, adaptável e com maior aproveitamento de recursos, uma vez que seu uso é mutualizado e todos os custos são divididos. 


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